terça-feira, 2 de agosto de 2011

Letras - Emicida - Canção pros meus amigos mortos

Canção pros meus amigos mortos

Dizem que quando seus amigos morrem
Viram estrelas, sobem
Peça que olhem, orem
Nunca ignorem
Oro calado
Os guardo em olhares mareados,
Onde pupilas são barcos desnorteados
Fumaça no ar, capsulas no chão
Cães fitam, mães gritam, (não, não, meu filho não)
Corpo na vala, bala vem de quem te deve proteção
Fria, corregedoria, lava as mãos
Corta, close no arregaço
Uma cadeira vazia, família faltando um pedaço
Dói no estômago, tipo azia
No âmago, o espaço daquela piada que ele sempre fazia
Esses meninos são sangue medo pele
Onde viaturas são abre alas do iml
nem choro mais, pois bem
Num sei dizer se fiquei mais forte ou morri também...

Realmente o tempo voa
E pensar zoa, zoa, zoa
Nem deu pra se despedir
A dor ecoa na gente resta
Seguir

Dizem que quando seus amigos morrem
Morre um pouco de você
Nasce um lugar a se preencher
Do tamanho do que o que você ficou de dizer
Não pôde dizer, nunca vai esquecer
Faz quantos anos? Era comemoração
Uns manos e um time campeão,
Ó, uns beck, uns goró, uns muleque, novão
Quando telefone tocou já veio a sensação
Vi cada foto no muro do cemitério, nas lapide
Sério, Dizendo se adapte,
As flor seca no chão, murcha,
A cabeça a milhão puxa,
Troca o caixão de mão,
Nota as folha solta voa,
Olha as mensagem nas coroa
Vai vendo, fulano, jamais te esqueceremos
Porra, deus só vê quando convém?
E eu Num sei dizer se fiquei mais forte, ou se morri também...

Realmente o tempo voa
E pensar zoa, zoa, zoa
Nem deu pra se despedir
A dor ecoa na gente resta
Seguir

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